segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Estação
Graciane Daniela Matias Schuster
Ciências Biológicas
Sentada à janela, eu olhava o trem que chegava à estação e imaginava quanta história havia pra contar aquele trem que viajava dia e noite sem parar.
Ele percorria um longo caminho, acolhendo e deixando os passageiros nas estações, passageiros estes que muitas vezes estavam de viajem, ou que o utilizavam para o percurso do trabalho, passageiros que traziam consigo várias bagagens e às vezes tão pouco, mas que eram carregados de diversos sentimentos.
Um senhor de barbas compridas e grisalhas, sempre aguardava na estação o trem que partia ao meio dia, sem levar bagagem alguma e com o semblante sempre triste.
Até que um dia ele apareceu com um buquê de rosas brancas, embrulhado num papel rosa de tom bem suave, mas o que mais chamou minha atenção foi que, diferentemente dos demais dias, trazia consigo um semblante suave e tranquilo.
Eu trabalhava de segurança na estação. Ao vê-lo com o buquê não me contive e o indaguei sobre o motivo da felicidade que trazia em seu rosto.
O Senhor me respondeu que aquele era um dia especial, pois sua esposa, que estava há um ano em coma no hospital, havia recebido alta.
Felicitei-o, pois apesar da idade avançada, todos os dias não se esquecia do amor da sua vida, fazia sempre o mesmo trajeto para visitá-la no hospital, mesmo que ela  não pudesse  vê-lo ou tocá-lo, e ele me surpreendeu com sua resposta.
Ele disse que jamais deixaria sua enfermidade lhe tirar as boas lembranças da sua esposa e que não importava se ela saberia de seus esforços, mas sim, o que importava para ele é que ele sabia o que ele estava fazendo por ela.
Dito isso ele entrou no trem e seguiu viagem, enquanto eu fiquei a divagar sobre esta e outras histórias que aquele mesmo trem levava consigo sem saber.


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