quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Banana para o racismo
Beatriz Aparecida da Silva[1]       
É um dos temas mais badalados nos dias de hoje, portanto a palavra “racismo” não é indiferente à grande maioria das pessoas. O racismo protagonizado por muitas pessoas é uma realidade inegável, que acaba por afetar toda a gente, embora às vezes de forma indireta.
Afinal, o que é o racismo? Em minha opinião, o racismo não passa de um preconceito, que levado ao exagero pode comportar graves consequências. No fundo, o racismo é um modo de pensar onde é dada grande relevância à existência de raças humanas diferentes e superiores umas das outras, enaltecendo-se as diferenças biológicas existentes entre os seres humanos.
O racismo é uma das manifestações sociais mais cruéis, de modo que por longos anos matou, julgou e marginalizou um grupo de pessoas em decorrência da “superioridade” de uma raça em relação a outra. O maior exemplo disso foi a escravidão. Ainda hoje, vive-se constantes manifestações de ódio ao negro e aos afrodescendentes. E a maior manifestação do racismo ainda é a estatística.
É inegável que o racismo seja uma violação dos direitos humanos, e, portanto deve ser combatido como tal. No entanto, no Brasil, por exemplo, as recorrentes práticas criminosas, trata-se de crime imprescritível e inafiançável, tornou-se corriqueira. Não é possível dizer se aumentou, pois outrora a disseminação era menor em face dos meios onde se propagava tal crime. Até pouco tempo, a internet, principal veículo usado pelos racistas, era de pouco alcance, entretanto, diante do avanço tecnológico e da acessibilidade é possível perceber ações delituosas, o que nos leva a crer no seu aumento.
O fato é que ações racistas ainda matam, marginalizam e excluem indivíduos devido a suas características físicas ou etnias. Sabe-se que desde a fundação do Brasil, estes povos foram usados como mão de obra barata, muitas vezes massacrados e violentados de forma brutal por seus “donos”, como se intitulavam os que os compravam. Mas, também foram e ainda são, vítimas de seus congêneres.  Muitos negros conforme a história, também, possuíam seus escravos, assim como, batiam e desprezavam os seus. Hoje não é diferente, mudou-se apenas o enredo e o cenário, mas ainda é prática recorrente um negro taxar, rebaixar e rotular outro. Não bastasse toda discriminação vivida pela “raça branca”.
O Brasil é um país multirracial, não gosto da expressão raça, pois me parece irracional classificar uma única espécie como se fossem animais cuja qualidade se mede pela raça x ou y, mas, é usual. Nossa sociedade é formada por uma mistura pouco vista em outros cantos do mundo. Mas, as estatísticas revelam que apenas 52% dos brasileiros são negros. Ou seja, na prática estamos omitindo o nosso gene, a nossa tão aclamada raça, portanto, sendo racista, preconceituosos ou discriminantes.  É estarrecedor imaginar um país construído nas costas do negro, onde esbarramos a todo tempo num negro, dizer que apenas pouco mais da sua população é negra. Se o próprio indivíduo tem problemas para reconhecer sua cor, como exigir dos demais respeito? Embora este seja elemento fundamental a qualquer tempo, e recorrente, independente de para quem se dirija. É surreal querer combater um crime sendo omisso ou contribuindo, ainda que, indiretamente para a execução dele. 
Recentemente, uma onda de #somos todos Maju circulou pelo Facebook e outras redes sociais em manifestação e repúdio a ações racistas contra a jornalista, no entanto, essas mesmas práticas não ocorrem quando se trata do porteiro, da doméstica, do segurança entre outros. Onde estamos e como agimos ao ver, por exemplo, uma criança, um idoso, ou as categorias citadas anteriormente e outras, serem ofendidas? É como se fossemos (ou somos) racistas que só se posicionam quando o assunto é de repercussão nacional e, o que está nos bastidores morre lá.
O combate ao racismo, ao preconceito e discriminação é complexo,  porque muitas vezes faltam provas ou a vítima se omite face ao poder do agressor. Mas, pequenas ações podem ajudar, embora não acabe, pois se trata de um problema naturalizado e enraizado no país. No entanto, a conscientização dos indivíduos, neste caso compete às ações escolares, sociais e midiáticas, podem contribuir para a identificação racial do “sujeito”, assim como para a aceitação daquela e desse modo, fazer com que as pessoas entendam que não somos uma ‘raça pura’ como pregava Hitler. Se cada um decidir vascular os cantinhos dos seus antepassados verá que é fruto de uma belíssima mistura e, portanto, que o respeito à diversidade racial é importante para conservar a memórias dos seus ancestrais e os direitos daqueles que aqui estão.
O mais importante nessa luta é o respeito. Sejamos tolerantes e conservemos os direitos alheios para que o nosso também seja respeitado.




[1] Aluna de Engenharia Ciclo Básico, Campus Jundiaí, UNP

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ética: De tragédias á problemas cotidianos[1]

Gustavo Borges[2]
Luis Felipe Azevedo[3]
Vinícius S. Lopes[4]
  As boates se tornaram um espaço público muito frequentado por jovens, de todas as classes sociais, devido à diversificação de temática e fácil acessibilidade. Shows e eventos têm entrado cada vez mais no cotidiano da sociedade atual e não é difícil encontrar cartazes ou mesmo nas redes sociais a divulgação dessas atrações, seja do grupo de pagode do bairro até mega eventos com participação de DJs internacionais. O problema de se trabalhar com grandes concentrações de pessoas é a possibilidade de consequências inesperadas, ocasionadas por indivíduos mal intencionados ou mesmo a falta de supervisão do local do evento. Podemos acreditar que esses grandes eventos, com alta aglomeração de pessoas, se tornaram um prato cheio para a difusão de drogas e outros materiais ilícitos e muito se pergunta se os responsáveis têm responsabilidade direta nesse caso. Drogas não são o único problema encontrado em boates ou grandes eventos, a infraestrutura do local aliada a lotações tem virado uma dor de cabeça e já resultou em grandes tragédias. Todos sabem que para manter um estabelecimento onde haja grande concentração de público, existem normas expressas em leis que devem ser seguidas, para que não ocorra acidentes. O problema é quando não seguem os limites de capacidade ou mesmo não fazem fiscalizações corretas na estrutura, visando apenas o lucro e não se importando com o próprio público. A culpa é do responsável ou da falta de conscientização de quem vai ao evento para estragar a diversão dos outros?     
   Na data de 30/10/2015, ocorreu uma tragédia em uma boate na Romênia, o número de mortos alcançou a marca de 30 pessoas, números inferiores, porem não menos relevantes aos da tragédia de 27 de Janeiro em Santa Maria, Rio Grande do Sul, aonde os mortos chegaram a 242 pessoas. A boate Colectiv, em Bucareste, sofreu o mesmo problema que a boate Kiss sofreu em Santa Maria. O que temos em comum nos dois casos? Nas duas boates o problema teve a ver com fogo, onde mais de 270 pessoas morreram (contabilizando os dois acidentes), e surgiu a partir de espetáculos pirotécnicos - utilização de fogo na atração envolvida - Esses espaços obrigatoriamente possuem normas e regras que devem ser rigorosamente seguidas, para o próprio bem das pessoas e funcionamento do estabelecimento, assim sendo isento de multas ou até insatisfação dos frequentadores, porém na prática não é isso que acontece e esses acidentes podem servir de exemplo e mostrar que podemos não estar seguros.
Outro problema que envolve as boates são a venda e consumo e de entorpecentes no recinto - prática ilícita, de acordo com o nosso código penal -. O uso de drogas pelos jovens está cada vez mais comum, e cresce também em locais públicos ou de grande concentração de pessoas. Não é incomum encontrar jovens vendendo drogas em boates ou Raves. O grande problema é quando o indivíduo “perde a noção” e começa a afetar pessoas que estão no mesmo ambiente, mas com pensamentos diferentes, as quais querem apenas curtir, sem atrapalhar ou causar problemas aos outros.
O fato é que muitas vezes não se tem o controle necessário para que possa ser feita uma vistoria sobre que tipo de objetos o público local adentra no recinto, seja portando materiais ilícitos (arma branca, arma de fogo etc.) ou drogas. É muito frequente acontecer casos, nos quais os jovens consomem drogas aos montes e acabam sofrendo as consequências, que variam de tumulto e brigas, até o óbito por overdose.
  A pergunta que fica é até quando nós deveremos nos preocupar com os lugares em que gostamos de frequentar por medo da falta de responsabilidade dos responsáveis?. Nos casos apresentados o problema se deu pela falta de fiscalização rigorosa e leis mais severas para coibir esses fatos e minimizar os riscos, por mais bobos que aparentam ser. Até onde vai o limite de atuação dos responsáveis e onde eles podem interferir para garantir a funcionalidade do local?        Houve-se falar que há rigorosa fiscalização pelos órgãos responsáveis, mas não sabemos a veracidade, então podemos dizer que boates se tornaram um grande meio para a propagação e distribuição das drogas até que medidas mais eficientes sejam executadas, está na hora de termos liberdade de irmos onde bem quisermos para passar nosso tempo livre, mas desde que a fiscalização faça sua parte, o que não pode acontecer é que a ganância dos proprietários de espaços de lazer continue colocando a vida das pessoas em risco.

Referências

CAVALCANTE, Antônio Mourão. Drogas, esse barato sai caro: os caminhos da prevenção. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 1997.

Portal O POVO online, Jornal de Hoje. Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2013/01/28/noticiasjornalbrasil,2996079/maiores-incendios-em-boates.html> . Acesso em 30 de Novembro de 2015.

Portal R7, Hoje em Dia. Disponível em: <http://www.hojeemdia.com.br/horizontes/jovens-bebados-fazem-arruaca-em-bares-do-corac-o-eucaristico-1.224613> . Acesso em 30 de Novembro de 2015.







[1] Artigo de opinião produzido para a disciplina Comunicação e Expressão sob orientação da Prof. Me. Rita de Cássia Ibarra.
[2] Aluno de Ciências Biológicas, UNIP, Campus Jundiaí.
[3]Aluno de Ciências Biológicas, UNIP, Campus Jundiaí.
[4]Aluno de Ciências Biológicas, UNIP, Campus Jundiaí.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A Ética do Cotidiano e Seus Moldes à Sociedade
                        
Anna Cecília de Oliveira Silva[1]
Edcarlos das Mercês Silva[2]
Joyce Mara Delprá Cachulo[3]

Dentro da ética há vários seguimentos, como ética específica para cada profissão, entre outras, porém todos os tipos de éticas tratam diretamente do comportamento do ser humano, assim, ela fornece os moldes para a sociedade de acordo com a cultura de cada local, e a partir disso criam-se leis que regem as ações do corpo social. A ética disciplina as ações morais das pessoas, causando reflexão. Com uma boa compreensão da moral conflitos e dilemas sociais podem ser resolvidos.  A ética é aprendida conforme o meio cultural em que se vive,  em casa, na escola e nas diversas interações sociais que ocorrem no decorrer da vida. A ética mais delicada ao ponto de vista humanista é a ética na área da saúde em que o profissional está lidando constantemente com pessoas geralmente fragilizadas ou situações delicadas de pesquisas, testes de medicamentos para avanços da medicina, entre outras situações nas quais a ética é extremamente necessária.

Vivemos em um mundo onde muito se fala e pouco se pratica a ética do cotidiano. É preciso ter em mente que a ética deve pautar todas as ações de um ser humano. Existem regras estabelecidas e necessárias à atuação profissional, mas a ética da vida é muito mais que isto e fundamenta-se em atos regulados pelos costumes, pela tradição e pela cultura dos povos.
 A ética deve disciplinar as intenções e as escolhas morais das pessoas. Neste contexto, passa-se a ter uma visão de mundo argumentada e reflexiva. Através de uma competência ética adquirida, poderemos encontrar resoluções de dilemas e conflitos, tendo como base a discussão dos seus valores. Estes valores são constituídos pelo preferível, pelo desejável, pelo objeto de uma expectativa normativa.  
Os conteúdos éticos devem fazer parte da formação das pessoas, sendo apresentados de modo consensual e objetivo, de modo disciplinado na sua abordagem e em consonância com o pluralismo moral da sociedade. A transmissão desses princípios deve acompanhar uma pessoa durante toda a sua vida, especialmente nos primeiros anos, em casa junto à família, na escola, no dia-a-dia das suas atividades, quando devem ser sempre lembrados e praticados. Esses conteúdos também podem ser ensinados em cada curso, de forma didática, ou ser adquiridos por meio de materiais de leitura. Um obstáculo à formação ética é o absolutismo moral, que implica a existência de uma verdade prévia, o relativismo moral, no qual tudo pode ou tudo é relativo, e a inexistência de instrumentos de avaliação da competência ética.
 É parte integrante do cotidiano das pessoas a existência de acordos e contratos a serem estabelecidos para o exercício de qualquer atividade profissional ou da vida diária. O cumprimento destas normas é inerente à ética do compromisso, que é fundamentada na noção da responsabilidade. Entretanto, frequentemente se tem conhecimento de posturas e de ações de pessoas ou grupos que agem de modo a transgredir a ética em todos os sentidos, chegando, por vezes, a atingir o nível da infração às leis e aos costumes. Mais grave ainda é a impunidade destas pessoas. Os pequenos deslizes e delitos podem ser eventualmente, o início de uma escalada que pode se transformar numa onda crescente de desrespeitos e violência.
 Entrando em alguns exemplos sobre a ética profissional, a mais delicada é na área da saúde, sempre presente nas relações do profissional com o seu paciente, pela prática do humanismo. Até mesmo na pesquisa científica, usando o homem ou o animal, a bioética deve regular as diversas etapas da investigação experimental ou clínica e a sua aplicabilidade.
A bioética usa o conhecimento biológico e os valores humanos como componentes para uma prática adequada. Se a ética impõe e é submetida a regras ou códigos que disciplinam a atividade profissional, a bioética se baseia no comportamento do profissional frente a várias situações, como a própria atividade e a pesquisa científica.
Para disciplinar todas as pesquisas realizadas em seres humanos foram criados, por orientação do Ministério da Saúde, os Comitês de Ética. Eles devem ser colegiados multidisciplinares, pois têm como objetivo analisar se o projeto apresentado encontra-se dentro dos padrões bioéticos vigentes. São importantes para garantir o respeito à dignidade humana naquelas pessoas submetidas a uma investigação científica, sem, contudo, criar dificuldades ao desenvolvimento da ciência. O consentimento informado é obrigatório em qualquer intervenção no ser humano, tanto na investigação clínica, como na conduta terapêutica ou na pesquisa científica. Trata-se do conhecimento detalhado do que vai ser praticado, afim de que a pessoa tenha condições de dar sua permissão.
Com o avanço científico e tecnológico, cada vez mais surgem situações em que o profissional deve decidir condutas relacionadas ao paciente. Por vezes são decisões que não existiam outrora, como o prolongamento artificial da vida, a reprodução assistida, as terapêuticas gênicas, entre outras.
E é diante dessas novas e delicadas situações que o profissional recorre, na maioria das vezes, ao Principialismo (Beauchamp e Childess, 1979) e suas quatro prima facie: Beneficência, Não-maleficência, Respeito à Autonomia e Justiça.
Os princípios da Beneficência e da Não-Maleficência andam juntos: fazer o bem e não fazer o mal; este último muitas vezes interpretado apenas no fazer o mal intencionalmente, mas deve-se ter em mente que há ocasiões em que se deseja tanto fazer o bem que os fins não justificam os meios, como por exemplo, no caso de submeter um paciente a tratamentos extremamente dolorosos com o objetivo da cura a todo custo, e que pode não ser garantida.
O princípio da Autonomia leva em conta a capacidade de uma pessoa de decidir, ou de buscar, aquilo que ela julga ser o melhor para si mesma, de acordo com seus valores e convicções; e cabe ao profissional da saúde respeitar essa autonomia do seu paciente, mesmo que essa postura implique no não tratamento que o paciente necessita, por exemplo.
Por fim o princípio da Justiça tem uma abrangência mais social, e se expande apenas do contexto das relações entre o profissional e o paciente, estando mais associado com as relações entre os grupos sociais, preocupando-se com a igualdade na distribuição dos bens e recursos considerados comuns, e na igualdade da oportunidade e do acesso a esses bens.
Os conhecimentos bioéticos, portanto, são indispensáveis à atuação do profissional. Seria muito bom também, que na vida cotidiana a ética e a bioética fossem praticadas de modo espontâneo, pois faria a convivência entre as pessoas ser mais fácil, e a atuação de cada um mais respeitosa com relação ao outro e às instituições sociais.
“Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo invisível.” (Mahatma Gandhi).


BIBLIOGRAFIA:

G. José Roberto. Bioética: Origens e Complexidade. Revista HCPA. 2006. Nº 26. P 86-92.

K. Magda Santos, M. Rosani Ramos, C. Elaine. Ética e Bioética: Para dar Início a Reflexão. Contexto Enfermagem 2005. Jan-Mar nº 14. P 106-110.

L. Jussara A. Princípios da Bioética. Temas de Pediatria Nestlé. 2002. Nº 73. P 12-19.

H. Thistram, Engelhardt. The Foundations of Bioethics. 2ª Edição. Nova Iorque. 1996.
R. Nunes Cássia Regina, P. Nunes Amauri. Bioética. Revista Brasil Enfermagem. Brasília – DF. 2004.
B. Vilmar, C. Francisco, G. Ricardo, P. Marcos, S. Hermann. Debate Bioética: Um Ponto de Encontro. Manguinhos. Volume I. 1994.





[1] Estudante do Curso de Ciências Biológicas – UNIP Campus Jundiaí.
[2] Estudante do Curso de Ciências Biológicas – UNIP Campus Jundiaí
[3] Estudante do Curso de Ciências Biológicas – UNIP Campus Jundiaí