Ética:
De tragédias á problemas cotidianos[1]
As boates se tornaram um espaço público muito
frequentado por jovens, de todas as classes sociais, devido à diversificação de
temática e fácil acessibilidade. Shows e eventos têm entrado cada vez mais no
cotidiano da sociedade atual e não é difícil encontrar cartazes ou mesmo nas
redes sociais a divulgação dessas atrações, seja do grupo de pagode do bairro até
mega eventos com participação de DJs internacionais. O problema de se trabalhar
com grandes concentrações de pessoas é a possibilidade de consequências
inesperadas, ocasionadas por indivíduos mal intencionados ou mesmo a falta de
supervisão do local do evento. Podemos acreditar que esses grandes eventos, com
alta aglomeração de pessoas, se tornaram um prato cheio para a difusão de
drogas e outros materiais ilícitos e muito se pergunta se os responsáveis têm
responsabilidade direta nesse caso. Drogas não são o único problema encontrado
em boates ou grandes eventos, a infraestrutura do local aliada a lotações tem
virado uma dor de cabeça e já resultou em grandes tragédias. Todos sabem que para manter um
estabelecimento onde haja grande concentração de público, existem normas
expressas em leis que devem ser seguidas, para que não ocorra acidentes. O
problema é quando não seguem os limites de capacidade ou mesmo não fazem
fiscalizações corretas na estrutura, visando apenas o lucro e não se importando
com o próprio público. A culpa é do responsável ou da falta de conscientização
de quem vai ao evento para estragar a diversão dos outros?
Na data de 30/10/2015, ocorreu uma tragédia em
uma boate na Romênia, o número de mortos alcançou a marca de 30 pessoas, números
inferiores, porem não menos relevantes aos da tragédia de 27 de Janeiro em
Santa Maria, Rio Grande do Sul, aonde os mortos chegaram a 242 pessoas. A boate
Colectiv, em Bucareste, sofreu o mesmo problema que a boate Kiss sofreu em
Santa Maria. O que temos em comum nos dois casos? Nas duas boates o problema
teve a ver com fogo, onde mais de 270 pessoas morreram (contabilizando os dois
acidentes), e surgiu a partir de espetáculos pirotécnicos - utilização de fogo
na atração envolvida - Esses espaços obrigatoriamente possuem normas e regras
que devem ser rigorosamente seguidas, para o próprio bem das pessoas e
funcionamento do estabelecimento, assim sendo isento de multas ou até
insatisfação dos frequentadores, porém na prática não é isso que acontece e
esses acidentes podem servir de exemplo e mostrar que podemos não estar
seguros.
Outro problema
que envolve as boates são a venda e consumo e de entorpecentes no recinto -
prática ilícita, de acordo com o nosso código penal -. O uso de drogas pelos
jovens está cada vez mais comum, e cresce também em locais públicos ou de
grande concentração de pessoas. Não é incomum encontrar jovens vendendo drogas
em boates ou Raves. O grande problema
é quando o indivíduo “perde a noção” e começa a afetar pessoas que estão no
mesmo ambiente, mas com pensamentos diferentes, as quais querem apenas curtir,
sem atrapalhar ou causar problemas aos outros.
O fato é que
muitas vezes não se tem o controle necessário para que possa ser feita uma vistoria
sobre que tipo de objetos o público local adentra no recinto, seja portando
materiais ilícitos (arma branca, arma de fogo etc.) ou drogas. É muito frequente
acontecer casos, nos quais os jovens consomem drogas aos montes e acabam
sofrendo as consequências, que variam de tumulto e brigas, até o óbito por
overdose.
A pergunta
que fica é até quando nós deveremos nos
preocupar com os lugares em que gostamos de frequentar por medo da falta de
responsabilidade dos responsáveis?. Nos casos apresentados o problema se
deu pela falta de fiscalização rigorosa e leis mais severas para coibir esses
fatos e minimizar os riscos, por mais bobos que aparentam ser. Até onde vai o
limite de atuação dos responsáveis e onde eles podem interferir para garantir a
funcionalidade do local? Houve-se falar que
há rigorosa fiscalização pelos órgãos responsáveis, mas não sabemos a
veracidade, então podemos dizer que boates se tornaram um grande meio para a
propagação e distribuição das drogas até que medidas mais eficientes sejam
executadas, está na hora de termos liberdade de irmos onde bem quisermos
para passar nosso tempo livre, mas desde que a
fiscalização faça sua parte, o que não pode acontecer é que a ganância dos
proprietários de espaços de lazer continue colocando a vida das pessoas em
risco.
Referências
CAVALCANTE, Antônio Mourão. Drogas,
esse barato sai caro: os caminhos da prevenção. Rio de Janeiro:
Record: Rosa dos Tempos, 1997.
Portal O POVO online, Jornal de Hoje. Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2013/01/28/noticiasjornalbrasil,2996079/maiores-incendios-em-boates.html> . Acesso em 30 de Novembro de 2015.
Portal R7, Hoje em Dia. Disponível em: <http://www.hojeemdia.com.br/horizontes/jovens-bebados-fazem-arruaca-em-bares-do-corac-o-eucaristico-1.224613> . Acesso em 30 de Novembro de 2015.
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