Ostentação
Antônio Viana de Oliveira Filho
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Resumo
Criado na cidade de São Paulo, em meados de 2008, o funk
ostentação ou funk paulista é um ritmo brasileiro que tem suas origens na
Região Metropolitana da capital e na Baixada Santista e é uma vertente do funk
carioca. Diferente do estilo do Rio de Janeiro, que é mais bandido, malicioso e
sexual, o funk paulistano procura abordar o consumo e a ostentação propriamente
dita, representada na forma de motocicletas, bebidas, roupas e outros objetos
de valor, também fazem menção às mulheres e a maneira de como alcançaram maior
poderio de bens materiais, exaltando a ambição de sair das favelas e conquistar
seus objetivos.
Os principais representantes deste gênero são: MC Guimê,
MC Mclon, MC Léo da Baixada e outros que atuam fora do estado de São Paulo,
como MC Menor da Chapa, do Rio de Janeiro, e MC Tchesko, do Rio Grande do Sul.
Motivos
pelos quais resolvi falar sobre este tema:
Apesar de ter uma preferência musical totalmente oposta
ao tema escolhido, o que me levou a falar sobre ele foi o fato de ter ficado
curioso em saber suas origens, seus principais representantes, o que dizem nas
letras de suas músicas e o que motiva várias pessoas a gostarem deste gênero.
O
que se foi dito sobre o funk ostentação?
A edição da revista Veja, citada anteriormente, trazia em
sua capa o titulo: “Só você não me conhece” juntamente com a foto de MC Guimê,
expoente máximo do funk ostentação paulista. Contendo 16 páginas, sendo sete
dedicadas ao ritmo, foi redigida por Sérgio Martins e nela, ficamos por dentro do
mundo deste fenômeno musical.
Segundo a matéria, em uma casa noturna e por apenas
quarenta minutos, MC Guimê leva o público ao delírio; sua renda alcança R$1,4 milhões
mensais realizando quarenta apresentações por mês. Nas letras de suas músicas,
o funkeiro exalta a ostentação e o consumo de produtos, veículos e bebidas e as
artimanhas que das pessoas para conquistá-los e é facilmente entendida pelos
fãs que também levam garrafas de uísque em seus shows, provando assim, que nada
é impossível.
Os seguidores, cuja faixa etária se inicia aos dezesseis
anos, pertencem às classes C e D e são fiéis: 77% deles ouvem funk todos os
dias e 50% vão uma vez por mês a bailes funk, de acordo com uma pesquisa
realizada. Devido seu caráter improvisado, os bailes causaram transtornos na
cidade de São Paulo, levando a Prefeitura a proibir a realização destes bailes
de rua com carro de som por perturbarem a paz e a ordem. Tal fato levou os
jovens destas classes protestarem fazendo os chamados “rolezinhos” nos shoppings
das áreas nobres, causando correria, confusão e ajudando a elevar a propagação
do gênero.
Estes movimentos são considerados responsáveis por
fazerem apologia a organizações criminosas e bandidagem, os “proibidões”
cariocas eram organizados e patrocinados por estas facções, levando a ficarem
conhecidos como música de favelados, de pobre, de bandidos por uma grande
maioria de críticos, jornalistas, pais e outros.
Os famosos quinze minutos de fama são uma constante na
vida de qualquer MC que se aventure nessa estrada. Muitos com apenas um único
hit de sucesso veem dinheiro aparecer por todos os lados e, tão rápido como
veio, some num piscar de olhos; empresários mal intencionados brigam entre MCs,
disputas judiciais são os principais motivos da falência e isto leva alguns
deles a voltarem para suas antigas profissões e ainda assim sonham em voltar à
fama, outros se convertem ao evangelho outra prática altamente utilizada,
talvez como uma forma de redenção.
Podemos concluir que o funk ostentação está por aí bem
como outros gêneros que sugiram, fizeram fama por um tempo e hoje estão praticamente
esquecidos, como o forró e sertanejo universitário, por exemplo. Uma questão
que me faço: será que, como esses dois gêneros, o funk ostentação será
substituído ou esquecido em breve? Só o tempo tem as respostas e cabe a nós,
infelizmente, esperar. ”Tchudum, tchá, tchá, tchá, tchá, tchudum, tchá, tchá,
tchá, tchá tchudum!”
Bibliografia:
Revista Veja, edição 2358, ano 47, nº 5 de 29 de Janeiro
de 2014, Editora Abril.
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