quinta-feira, 1 de maio de 2014

 Ostentação

Antônio Viana de Oliveira Filho 
Publicidade e Propaganda


Resumo
Criado na cidade de São Paulo, em meados de 2008, o funk ostentação ou funk paulista é um ritmo brasileiro que tem suas origens na Região Metropolitana da capital e na Baixada Santista e é uma vertente do funk carioca. Diferente do estilo do Rio de Janeiro, que é mais bandido, malicioso e sexual, o funk paulistano procura abordar o consumo e a ostentação propriamente dita, representada na forma de motocicletas, bebidas, roupas e outros objetos de valor, também fazem menção às mulheres e a maneira de como alcançaram maior poderio de bens materiais, exaltando a ambição de sair das favelas e conquistar seus objetivos.
Os principais representantes deste gênero são: MC Guimê, MC Mclon, MC Léo da Baixada e outros que atuam fora do estado de São Paulo, como MC Menor da Chapa, do Rio de Janeiro, e MC Tchesko, do Rio Grande do Sul.

Motivos pelos quais resolvi falar sobre este tema:
Apesar de ter uma preferência musical totalmente oposta ao tema escolhido, o que me levou a falar sobre ele foi o fato de ter ficado curioso em saber suas origens, seus principais representantes, o que dizem nas letras de suas músicas e o que motiva várias pessoas a gostarem deste gênero.

O que se foi dito sobre o funk ostentação?
A edição da revista Veja, citada anteriormente, trazia em sua capa o titulo: “Só você não me conhece” juntamente com a foto de MC Guimê, expoente máximo do funk ostentação paulista. Contendo 16 páginas, sendo sete dedicadas ao ritmo, foi redigida por Sérgio Martins e nela, ficamos por dentro do mundo deste fenômeno musical.
Segundo a matéria, em uma casa noturna e por apenas quarenta minutos, MC Guimê leva o público ao delírio; sua renda alcança R$1,4 milhões mensais realizando quarenta apresentações por mês. Nas letras de suas músicas, o funkeiro exalta a ostentação e o consumo de produtos, veículos e bebidas e as artimanhas que das pessoas para conquistá-los e é facilmente entendida pelos fãs que também levam garrafas de uísque em seus shows, provando assim, que nada é impossível.
Os seguidores, cuja faixa etária se inicia aos dezesseis anos, pertencem às classes C e D e são fiéis: 77% deles ouvem funk todos os dias e 50% vão uma vez por mês a bailes funk, de acordo com uma pesquisa realizada. Devido seu caráter improvisado, os bailes causaram transtornos na cidade de São Paulo, levando a Prefeitura a proibir a realização destes bailes de rua com carro de som por perturbarem a paz e a ordem. Tal fato levou os jovens destas classes protestarem fazendo os chamados “rolezinhos” nos shoppings das áreas nobres, causando correria, confusão e ajudando a elevar a propagação do gênero.
Estes movimentos são considerados responsáveis por fazerem apologia a organizações criminosas e bandidagem, os “proibidões” cariocas eram organizados e patrocinados por estas facções, levando a ficarem conhecidos como música de favelados, de pobre, de bandidos por uma grande maioria de críticos, jornalistas, pais e outros.
Os famosos quinze minutos de fama são uma constante na vida de qualquer MC que se aventure nessa estrada. Muitos com apenas um único hit de sucesso veem dinheiro aparecer por todos os lados e, tão rápido como veio, some num piscar de olhos; empresários mal intencionados brigam entre MCs, disputas judiciais são os principais motivos da falência e isto leva alguns deles a voltarem para suas antigas profissões e ainda assim sonham em voltar à fama, outros se convertem ao evangelho outra prática altamente utilizada, talvez como uma forma de redenção.
Podemos concluir que o funk ostentação está por aí bem como outros gêneros que sugiram, fizeram fama por um tempo e hoje estão praticamente esquecidos, como o forró e sertanejo universitário, por exemplo. Uma questão que me faço: será que, como esses dois gêneros, o funk ostentação será substituído ou esquecido em breve? Só o tempo tem as respostas e cabe a nós, infelizmente, esperar. ”Tchudum, tchá, tchá, tchá, tchá, tchudum, tchá, tchá, tchá, tchá tchudum!”

Bibliografia:

Revista Veja, edição 2358, ano 47, nº 5 de 29 de Janeiro de 2014, Editora Abril.

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