sexta-feira, 30 de maio de 2014

Rolezinhos
Antonio Viana de Oliveira Filho
Publicidade e Propaganda
UNIP Jundiaí

Segundo o Dicionário Michaelis: “Dar um rolê: dar uma volta, um passeio”. Entretanto, os jovens brasileiros descobriram um novo significado para o verbete; os chamados “rolezinhos” são encontros de adolescentes pobres que ocorrem em shoppings, parques ou outros espaços públicos e que são agendados por meio das redes sociais, como o Facebook.
Entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, vários shoppings foram vítimas dos rolezinhos. Lojas fecharam mais cedo e às pressas, tumulto, correria e caos nos corredores, assaltos e arrastões, força policial acionada para conter os jovens e algumas prisões foram efetuadas. Após contabilizar os prejuízos, os proprietários das instituições, exigiram uma solução e liminares proibindo os rolezinhos foram criadas, porém, para o professor de Direito da USP, Virgílio Afonso da Silva, proibir o acesso desses jovens seria estigmatizar os grupos e ainda servir como uma forma de selecionar o publico desses locais.
De acordo com os organizadores, os rolezinhos são motivados devido à falta de opções de lazer e cultura na cidade e, também, pela proibição de bailes funks nas ruas (Projeto de Lei 02/2013). Apesar das liminares a favor dos lojistas, vários outros foram agendados e a força policial fez uso de balas de borracha e bombas de efeito moral na tentativa de conter os “manifestantes”. Um dos organizadores do movimento realizado no Shopping Internacional em Guarulhos, Jefferson Luís, 20 anos, disse: ”Não seria um protesto, seria uma resposta à opressão. Não dá para ficar em casa trancado.”.
Acredito que a falta de opções de lazer e de cultura em grandes cidades é uma triste realidade. Entretanto, se organizar e levar cerca de duas mil e quinhentas pessoas em locais fechados para “protestar”, onde tantas outras estão passeando com suas famílias é ridículo e insensato. Quer protestar por mais opções de lazer e cultura, vão às ruas, mas para PROTESTAR, não para depredar bens privados ou públicos. Façam uso de faixas, cartazes, buzinas, apitos e até tampas de panelas; protestem de forma pacífica limpa e dentro da lei e do direito de se manifestar e talvez, mais pessoas, de todos os níveis sociais, credos e etnias se juntariam ao movimento.

Protestar dessa maneira é pedir para ser estereotipado, marginalizado e ainda continuar sem as opções de lazer e cultura que tanto almejam.

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