Funk Ostentação e a Indústria do Consumo.
Denis Gabriel
Alves de Godoy
Publicidade e
Propaganda
UNIP Jundiaí
Diferentemente do que muitos discorrem,
por trás do funk ostentação também existem razões sociais que explicam o
surgimento e o avanço desse estilo musical, tão adorado por uns e odiado por
outros. Desde o seu surgimento, o funk tem recebido diferentes conotações de
acordo com o contexto do local em que está inserido, e como forma de
manifestação da cultura popular, ele tem sido modificado. De apologia a crimes
e drogas à ostentação, do Rio de Janeiro à São Paulo. O funk paulista é hoje
mais que apenas música, é uma indústria de consumo que tem influenciado pessoas
por todo o Brasil.
Por
que escolhi esse tema?
O funk ostentação é o estilo musical
que mais tem chamado atenção atualmente, tanto pela sua característica –
ostentar o luxo –, quanto pela aderência e velocidade com que os chamados MCs1
alcançam a fama e o sucesso. Com isso, tornam-se artifícios de audiência
explorados pela mídia, além de estimularem o consumismo entre os jovens.
O
que penso sobre?
Palavra antes pouco empregada, seja
qual for o tipo de linguagem – verbal ou não verbal –, ostentar, de acordo com
o dicionário Houaiss da língua portuguesa, significa "Mostrar(-se) ou
exibir(-se) com aparato; alardear; estampar, pavonear, vangloriar." Hoje,
é definição de um estilo musical e também, segundo os próprios instituidores, caracteriza
um estilo de vida.
O funk foi trazido para Cidade
Tiradentes, zona leste de São Paulo, por produtores musicais da Baixada
Santista, no entanto, em uma cidade em que os estilos musicais predominantes
nas periferias eram o rap e hip-hop, foi difícil introduzir esse
ritmo, que já fazia sucesso no litoral sul, na Capital paulista.
Com discurso de protesto, e até
apologia a crimes e drogas, o funk possuía conotação negativa na sociedade, mas
isso não impediu que o ritmo ganhasse força também em São Paulo, onde surgiu mais
uma vertente, o funk ostentação. Sustentado por carros, mulheres, dinheiro,
roupas de marca, ou resumidamente: luxo. Um novo estilo de vida.
Praticado por maioria jovem, esse
estilo de vida se espalhou, levando-os ao consumo, principalmente, de roupas e
acessórios de marcas como Oakley, Quicksilver etc., além de ter criado uma
indústria de consumo online: a de
videoclipes. Fato é que a partir disso surgiram movimentos e demandas de
consumo, como o “rolezinho” (sic).
Tudo isso não adveio sem ter motivos, logo,
há uma explicação social: com a ascensão da classe média, o aumento real do
salário mínimo e do poder de aquisição das classes C, D e E, houve uma mudança
na qualidade de vida. O funk, como forma de manifestação da cultura popular,
modificou-se conforme a vida dessas pessoas, que ascenderam economicamente, e
que acabaram por trocar o discurso de protesto de cunho social, pelo de consumo
– ou desejo.
Referências
KONDZILLA; 3K PRODUTORA; FUNK NA CAIXA.
Funk Ostentação – O Filme. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5V3ZK6jAuNI>.
Acesso em: 28 de março de 2014.
F.BIZ; CCSP. Funk ostentação / Marcas
desejadas. Disponível em: <http://www.ccsp.com.br/site/ultimas/67438/Funk-ostentac-o-Marcas-desejadas/>.
Acesso em: 01 de abril de 2014.
HOUAISS, Instituto Antônio. Houaiss:
Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em: <http://dicionario.cijun.sp.gov.br/houaiss/>.
Acesso em: 28 de março de 2014.
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