A espera do meu amor
Patrícia Norbiatto,
Ciências Biológicas
Sentada na minha janela
eu vejo o trem chegar, então me lembrei do dia que marcou a minha vida para
sempre.
O trem havia parado na primeira estação e desci
correndo pela pequena estrada de terra em meio ao jardim de minha casa para
aguardar a chegada tão esperada do meu amor.
Fiquei um bom tempo na
porta do vagão, até o último passageiro descer, meus olhos se encheram de lágrimas
ao ver que a pessoa que aguardei por tantos e tantos anos não havia descido
mais uma vez. A dor no peito era tão forte que ali mesmo sentei e observei a
partida do trem, até que ele sumisse pelas altas montanhas verdes e cobertas de
neblina. Então subi correndo para minha casa e depois de tanto refletir,
arrumei as malas, fechei a porta e as janelas da pequenina casa onde morei a
vida toda e fui para a estação.
Depois de tanta decepção,
de ficar esperando a chegada de alguém que jamais retornava, a decisão de
partir à procura de uma vida nova já havia tomado conta da minha mente.
Era noite, já podia ouvir o barulho do trem se aproximando.
Com a parada do trem, juntei minhas malas e fui embarcar. Mas, de repente,
surgiu uma voz distante e ao mesmo tempo conhecida, em meio a várias pessoas,
dizendo "Meu amor, espera, estou aqui". Olhei rapidamente para trás e
avistei aquela pessoa que esperei por tanto tempo jogando suas malas no chão e
correndo em minha direção. Minhas pernas ficaram bambas, senti um nó na
garganta e borboletas no estômago, ao sentir aquele abraço apertado e aquele
beijo.
Foi naquele momento, em
seus braços, que pude me sentir segura, pude ver que mesmo depois de anos e
anos o nosso amor permanecia tão forte quanto no primeiro dia.
Então ficamos juntos de janeiro a janeiro, e sua
partida não aconteceu nunca mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário