domingo, 1 de novembro de 2015

Estação


Larissa Nathália Silva de Campos, Ciências Biológicas


Sentada à janela ela olhava um trem que chegava na estação e imaginava a história de cada viajante que desembarcava. Ela presenciava o reencontro dos pais com sua família, casais apaixonados que não se viam há meses compartilhando aquele abraço apertado, o rosto cansado dos trabalhadores após um árduo dia de trabalho. Ela imaginava para onde iriam, e o que fariam a seguir.
A mulher olhava para a estação de trem todos os dias, nos dias chuvosos quando as pessoas desciam correndo os degraus, nos dias ensolarados quando os entes queridos marcavam presença, e ela lembrava. Ela lembrava de um passado feliz, ela lembrava da sensação de ser amada, de sorrir, de chorar de tanto rir, lembrava dos dias em que esperava por alguém na estação de trem.
Ela pensava se sua vida seria diferente se a guerra nunca tivesse acontecido, se o seu maior pesadelo não se tornasse real. Ela pensava se seria semelhante ao dos viajantes ao desembarcar e sorrir.
Ela imaginava.
Ela pensava.
Ela lembrava.
Ela olhava para a estação de trem todos os dias esperando por alguém que nunca voltaria.

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