Estação
Larissa Nathália Silva de Campos, Ciências Biológicas
Sentada à janela ela olhava um trem
que chegava na estação e imaginava a história de cada viajante que
desembarcava. Ela presenciava o reencontro dos pais com sua família, casais
apaixonados que não se viam há meses compartilhando aquele abraço apertado, o
rosto cansado dos trabalhadores após um árduo dia de trabalho. Ela imaginava
para onde iriam, e o que fariam a seguir.
A mulher olhava para a estação de
trem todos os dias, nos dias chuvosos quando as pessoas desciam correndo os
degraus, nos dias ensolarados quando os entes queridos marcavam presença, e ela
lembrava. Ela lembrava de um passado feliz, ela lembrava da sensação de ser amada,
de sorrir, de chorar de tanto rir, lembrava dos dias em que esperava por alguém
na estação de trem.
Ela pensava se sua vida seria
diferente se a guerra nunca tivesse acontecido, se o seu maior pesadelo não se
tornasse real. Ela pensava se seria semelhante ao dos viajantes ao desembarcar
e sorrir.
Ela imaginava.
Ela pensava.
Ela lembrava.
Ela olhava para a estação de trem
todos os dias esperando por alguém que nunca voltaria.
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