Viagem
Wesley Marcos da Silva, Ciências Biológicas
Sentada à janela ela olhava um trem que
chegava à estação e imaginava, quantas vidas, histórias há neste trem, este
trem já carregou tanta gente, por ele passaram poetas, músicos, jovens
apaixonados, crianças e velhos.
Todas
desembarcavam e embarcavam em suas estações, no fundo se o trem pensasse e
pudesse falar diria: “Não há diferenças aqui, todos são iguais, jovens, velhos,
ricos ou pobres são apenas viajantes, passageiros dos meus vagões”.
Assim
ela imaginava: E a vida? Poderia compará-la com o trem, passa rápido e vai
levando quem amamos para cada estação, uns permanecem conosco nele, outros vão
para bem longe, ainda no fim há a estação da qual ninguém nunca voltou e essa
todos temem, a estação da morte, com passagem só de ida, essa ninguém escolhe a
hora de ir, simplesmente vai, não há choro que faça o trem voltar; torna igual
as plantas, insetos, animais e nós, humanos.
Após
ver o trem passar e ir embora rapidamente notou o quanto tudo era efêmero,
inclusive ela, hoje tenho vinte anos e como o tempo passou! Pensou. Rápido como
ele. Parece que dei os meus primeiros passos ontem, aprendi a comer sozinha e
minha mãe feliz me olhou orgulhosa, subia nas árvores e era feliz por chegar em
casa e ser recebida com abraços, tirei a primeira nota dez na escola e beijei meu
primeiro namorado.
Agora
tenho vinte anos e o que sou ou serei daqui a alguns anos? Serei memória? Passado?
Afinal eu sou construída de memórias, serei apenas memória na mente de alguém,
que também será memória um dia, como um lindo dia de primavera que passa sem
ser percebido; pois assim é a vida uma bela e rápida viagem de trem.
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