domingo, 1 de novembro de 2015

Viagem

Wesley Marcos da Silva, Ciências Biológicas

Sentada à janela ela olhava um trem que chegava à estação e imaginava, quantas vidas, histórias há neste trem, este trem já carregou tanta gente, por ele passaram poetas, músicos, jovens apaixonados, crianças e velhos.
         Todas desembarcavam e embarcavam em suas estações, no fundo se o trem pensasse e pudesse falar diria: “Não há diferenças aqui, todos são iguais, jovens, velhos, ricos ou pobres são apenas viajantes, passageiros dos meus vagões”.
         Assim ela imaginava: E a vida? Poderia compará-la com o trem, passa rápido e vai levando quem amamos para cada estação, uns permanecem conosco nele, outros vão para bem longe, ainda no fim há a estação da qual ninguém nunca voltou e essa todos temem, a estação da morte, com passagem só de ida, essa ninguém escolhe a hora de ir, simplesmente vai, não há choro que faça o trem voltar; torna igual as plantas, insetos, animais e nós, humanos.
         Após ver o trem passar e ir embora rapidamente notou o quanto tudo era efêmero, inclusive ela, hoje tenho vinte anos e como o tempo passou! Pensou. Rápido como ele. Parece que dei os meus primeiros passos ontem, aprendi a comer sozinha e minha mãe feliz me olhou orgulhosa, subia nas árvores e era feliz por chegar em casa e ser recebida com abraços, tirei a primeira nota dez na escola e beijei meu primeiro namorado.

         Agora tenho vinte anos e o que sou ou serei daqui a alguns anos? Serei memória? Passado? Afinal eu sou construída de memórias, serei apenas memória na mente de alguém, que também será memória um dia, como um lindo dia de primavera que passa sem ser percebido; pois assim é a vida uma bela e rápida viagem de trem.

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