quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Banana para o racismo
Beatriz Aparecida da Silva[1]       
É um dos temas mais badalados nos dias de hoje, portanto a palavra “racismo” não é indiferente à grande maioria das pessoas. O racismo protagonizado por muitas pessoas é uma realidade inegável, que acaba por afetar toda a gente, embora às vezes de forma indireta.
Afinal, o que é o racismo? Em minha opinião, o racismo não passa de um preconceito, que levado ao exagero pode comportar graves consequências. No fundo, o racismo é um modo de pensar onde é dada grande relevância à existência de raças humanas diferentes e superiores umas das outras, enaltecendo-se as diferenças biológicas existentes entre os seres humanos.
O racismo é uma das manifestações sociais mais cruéis, de modo que por longos anos matou, julgou e marginalizou um grupo de pessoas em decorrência da “superioridade” de uma raça em relação a outra. O maior exemplo disso foi a escravidão. Ainda hoje, vive-se constantes manifestações de ódio ao negro e aos afrodescendentes. E a maior manifestação do racismo ainda é a estatística.
É inegável que o racismo seja uma violação dos direitos humanos, e, portanto deve ser combatido como tal. No entanto, no Brasil, por exemplo, as recorrentes práticas criminosas, trata-se de crime imprescritível e inafiançável, tornou-se corriqueira. Não é possível dizer se aumentou, pois outrora a disseminação era menor em face dos meios onde se propagava tal crime. Até pouco tempo, a internet, principal veículo usado pelos racistas, era de pouco alcance, entretanto, diante do avanço tecnológico e da acessibilidade é possível perceber ações delituosas, o que nos leva a crer no seu aumento.
O fato é que ações racistas ainda matam, marginalizam e excluem indivíduos devido a suas características físicas ou etnias. Sabe-se que desde a fundação do Brasil, estes povos foram usados como mão de obra barata, muitas vezes massacrados e violentados de forma brutal por seus “donos”, como se intitulavam os que os compravam. Mas, também foram e ainda são, vítimas de seus congêneres.  Muitos negros conforme a história, também, possuíam seus escravos, assim como, batiam e desprezavam os seus. Hoje não é diferente, mudou-se apenas o enredo e o cenário, mas ainda é prática recorrente um negro taxar, rebaixar e rotular outro. Não bastasse toda discriminação vivida pela “raça branca”.
O Brasil é um país multirracial, não gosto da expressão raça, pois me parece irracional classificar uma única espécie como se fossem animais cuja qualidade se mede pela raça x ou y, mas, é usual. Nossa sociedade é formada por uma mistura pouco vista em outros cantos do mundo. Mas, as estatísticas revelam que apenas 52% dos brasileiros são negros. Ou seja, na prática estamos omitindo o nosso gene, a nossa tão aclamada raça, portanto, sendo racista, preconceituosos ou discriminantes.  É estarrecedor imaginar um país construído nas costas do negro, onde esbarramos a todo tempo num negro, dizer que apenas pouco mais da sua população é negra. Se o próprio indivíduo tem problemas para reconhecer sua cor, como exigir dos demais respeito? Embora este seja elemento fundamental a qualquer tempo, e recorrente, independente de para quem se dirija. É surreal querer combater um crime sendo omisso ou contribuindo, ainda que, indiretamente para a execução dele. 
Recentemente, uma onda de #somos todos Maju circulou pelo Facebook e outras redes sociais em manifestação e repúdio a ações racistas contra a jornalista, no entanto, essas mesmas práticas não ocorrem quando se trata do porteiro, da doméstica, do segurança entre outros. Onde estamos e como agimos ao ver, por exemplo, uma criança, um idoso, ou as categorias citadas anteriormente e outras, serem ofendidas? É como se fossemos (ou somos) racistas que só se posicionam quando o assunto é de repercussão nacional e, o que está nos bastidores morre lá.
O combate ao racismo, ao preconceito e discriminação é complexo,  porque muitas vezes faltam provas ou a vítima se omite face ao poder do agressor. Mas, pequenas ações podem ajudar, embora não acabe, pois se trata de um problema naturalizado e enraizado no país. No entanto, a conscientização dos indivíduos, neste caso compete às ações escolares, sociais e midiáticas, podem contribuir para a identificação racial do “sujeito”, assim como para a aceitação daquela e desse modo, fazer com que as pessoas entendam que não somos uma ‘raça pura’ como pregava Hitler. Se cada um decidir vascular os cantinhos dos seus antepassados verá que é fruto de uma belíssima mistura e, portanto, que o respeito à diversidade racial é importante para conservar a memórias dos seus ancestrais e os direitos daqueles que aqui estão.
O mais importante nessa luta é o respeito. Sejamos tolerantes e conservemos os direitos alheios para que o nosso também seja respeitado.




[1] Aluna de Engenharia Ciclo Básico, Campus Jundiaí, UNP

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Ética: De tragédias á problemas cotidianos[1]

Gustavo Borges[2]
Luis Felipe Azevedo[3]
Vinícius S. Lopes[4]
  As boates se tornaram um espaço público muito frequentado por jovens, de todas as classes sociais, devido à diversificação de temática e fácil acessibilidade. Shows e eventos têm entrado cada vez mais no cotidiano da sociedade atual e não é difícil encontrar cartazes ou mesmo nas redes sociais a divulgação dessas atrações, seja do grupo de pagode do bairro até mega eventos com participação de DJs internacionais. O problema de se trabalhar com grandes concentrações de pessoas é a possibilidade de consequências inesperadas, ocasionadas por indivíduos mal intencionados ou mesmo a falta de supervisão do local do evento. Podemos acreditar que esses grandes eventos, com alta aglomeração de pessoas, se tornaram um prato cheio para a difusão de drogas e outros materiais ilícitos e muito se pergunta se os responsáveis têm responsabilidade direta nesse caso. Drogas não são o único problema encontrado em boates ou grandes eventos, a infraestrutura do local aliada a lotações tem virado uma dor de cabeça e já resultou em grandes tragédias. Todos sabem que para manter um estabelecimento onde haja grande concentração de público, existem normas expressas em leis que devem ser seguidas, para que não ocorra acidentes. O problema é quando não seguem os limites de capacidade ou mesmo não fazem fiscalizações corretas na estrutura, visando apenas o lucro e não se importando com o próprio público. A culpa é do responsável ou da falta de conscientização de quem vai ao evento para estragar a diversão dos outros?     
   Na data de 30/10/2015, ocorreu uma tragédia em uma boate na Romênia, o número de mortos alcançou a marca de 30 pessoas, números inferiores, porem não menos relevantes aos da tragédia de 27 de Janeiro em Santa Maria, Rio Grande do Sul, aonde os mortos chegaram a 242 pessoas. A boate Colectiv, em Bucareste, sofreu o mesmo problema que a boate Kiss sofreu em Santa Maria. O que temos em comum nos dois casos? Nas duas boates o problema teve a ver com fogo, onde mais de 270 pessoas morreram (contabilizando os dois acidentes), e surgiu a partir de espetáculos pirotécnicos - utilização de fogo na atração envolvida - Esses espaços obrigatoriamente possuem normas e regras que devem ser rigorosamente seguidas, para o próprio bem das pessoas e funcionamento do estabelecimento, assim sendo isento de multas ou até insatisfação dos frequentadores, porém na prática não é isso que acontece e esses acidentes podem servir de exemplo e mostrar que podemos não estar seguros.
Outro problema que envolve as boates são a venda e consumo e de entorpecentes no recinto - prática ilícita, de acordo com o nosso código penal -. O uso de drogas pelos jovens está cada vez mais comum, e cresce também em locais públicos ou de grande concentração de pessoas. Não é incomum encontrar jovens vendendo drogas em boates ou Raves. O grande problema é quando o indivíduo “perde a noção” e começa a afetar pessoas que estão no mesmo ambiente, mas com pensamentos diferentes, as quais querem apenas curtir, sem atrapalhar ou causar problemas aos outros.
O fato é que muitas vezes não se tem o controle necessário para que possa ser feita uma vistoria sobre que tipo de objetos o público local adentra no recinto, seja portando materiais ilícitos (arma branca, arma de fogo etc.) ou drogas. É muito frequente acontecer casos, nos quais os jovens consomem drogas aos montes e acabam sofrendo as consequências, que variam de tumulto e brigas, até o óbito por overdose.
  A pergunta que fica é até quando nós deveremos nos preocupar com os lugares em que gostamos de frequentar por medo da falta de responsabilidade dos responsáveis?. Nos casos apresentados o problema se deu pela falta de fiscalização rigorosa e leis mais severas para coibir esses fatos e minimizar os riscos, por mais bobos que aparentam ser. Até onde vai o limite de atuação dos responsáveis e onde eles podem interferir para garantir a funcionalidade do local?        Houve-se falar que há rigorosa fiscalização pelos órgãos responsáveis, mas não sabemos a veracidade, então podemos dizer que boates se tornaram um grande meio para a propagação e distribuição das drogas até que medidas mais eficientes sejam executadas, está na hora de termos liberdade de irmos onde bem quisermos para passar nosso tempo livre, mas desde que a fiscalização faça sua parte, o que não pode acontecer é que a ganância dos proprietários de espaços de lazer continue colocando a vida das pessoas em risco.

Referências

CAVALCANTE, Antônio Mourão. Drogas, esse barato sai caro: os caminhos da prevenção. Rio de Janeiro: Record: Rosa dos Tempos, 1997.

Portal O POVO online, Jornal de Hoje. Disponível em: <http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2013/01/28/noticiasjornalbrasil,2996079/maiores-incendios-em-boates.html> . Acesso em 30 de Novembro de 2015.

Portal R7, Hoje em Dia. Disponível em: <http://www.hojeemdia.com.br/horizontes/jovens-bebados-fazem-arruaca-em-bares-do-corac-o-eucaristico-1.224613> . Acesso em 30 de Novembro de 2015.







[1] Artigo de opinião produzido para a disciplina Comunicação e Expressão sob orientação da Prof. Me. Rita de Cássia Ibarra.
[2] Aluno de Ciências Biológicas, UNIP, Campus Jundiaí.
[3]Aluno de Ciências Biológicas, UNIP, Campus Jundiaí.
[4]Aluno de Ciências Biológicas, UNIP, Campus Jundiaí.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

A Ética do Cotidiano e Seus Moldes à Sociedade
                        
Anna Cecília de Oliveira Silva[1]
Edcarlos das Mercês Silva[2]
Joyce Mara Delprá Cachulo[3]

Dentro da ética há vários seguimentos, como ética específica para cada profissão, entre outras, porém todos os tipos de éticas tratam diretamente do comportamento do ser humano, assim, ela fornece os moldes para a sociedade de acordo com a cultura de cada local, e a partir disso criam-se leis que regem as ações do corpo social. A ética disciplina as ações morais das pessoas, causando reflexão. Com uma boa compreensão da moral conflitos e dilemas sociais podem ser resolvidos.  A ética é aprendida conforme o meio cultural em que se vive,  em casa, na escola e nas diversas interações sociais que ocorrem no decorrer da vida. A ética mais delicada ao ponto de vista humanista é a ética na área da saúde em que o profissional está lidando constantemente com pessoas geralmente fragilizadas ou situações delicadas de pesquisas, testes de medicamentos para avanços da medicina, entre outras situações nas quais a ética é extremamente necessária.

Vivemos em um mundo onde muito se fala e pouco se pratica a ética do cotidiano. É preciso ter em mente que a ética deve pautar todas as ações de um ser humano. Existem regras estabelecidas e necessárias à atuação profissional, mas a ética da vida é muito mais que isto e fundamenta-se em atos regulados pelos costumes, pela tradição e pela cultura dos povos.
 A ética deve disciplinar as intenções e as escolhas morais das pessoas. Neste contexto, passa-se a ter uma visão de mundo argumentada e reflexiva. Através de uma competência ética adquirida, poderemos encontrar resoluções de dilemas e conflitos, tendo como base a discussão dos seus valores. Estes valores são constituídos pelo preferível, pelo desejável, pelo objeto de uma expectativa normativa.  
Os conteúdos éticos devem fazer parte da formação das pessoas, sendo apresentados de modo consensual e objetivo, de modo disciplinado na sua abordagem e em consonância com o pluralismo moral da sociedade. A transmissão desses princípios deve acompanhar uma pessoa durante toda a sua vida, especialmente nos primeiros anos, em casa junto à família, na escola, no dia-a-dia das suas atividades, quando devem ser sempre lembrados e praticados. Esses conteúdos também podem ser ensinados em cada curso, de forma didática, ou ser adquiridos por meio de materiais de leitura. Um obstáculo à formação ética é o absolutismo moral, que implica a existência de uma verdade prévia, o relativismo moral, no qual tudo pode ou tudo é relativo, e a inexistência de instrumentos de avaliação da competência ética.
 É parte integrante do cotidiano das pessoas a existência de acordos e contratos a serem estabelecidos para o exercício de qualquer atividade profissional ou da vida diária. O cumprimento destas normas é inerente à ética do compromisso, que é fundamentada na noção da responsabilidade. Entretanto, frequentemente se tem conhecimento de posturas e de ações de pessoas ou grupos que agem de modo a transgredir a ética em todos os sentidos, chegando, por vezes, a atingir o nível da infração às leis e aos costumes. Mais grave ainda é a impunidade destas pessoas. Os pequenos deslizes e delitos podem ser eventualmente, o início de uma escalada que pode se transformar numa onda crescente de desrespeitos e violência.
 Entrando em alguns exemplos sobre a ética profissional, a mais delicada é na área da saúde, sempre presente nas relações do profissional com o seu paciente, pela prática do humanismo. Até mesmo na pesquisa científica, usando o homem ou o animal, a bioética deve regular as diversas etapas da investigação experimental ou clínica e a sua aplicabilidade.
A bioética usa o conhecimento biológico e os valores humanos como componentes para uma prática adequada. Se a ética impõe e é submetida a regras ou códigos que disciplinam a atividade profissional, a bioética se baseia no comportamento do profissional frente a várias situações, como a própria atividade e a pesquisa científica.
Para disciplinar todas as pesquisas realizadas em seres humanos foram criados, por orientação do Ministério da Saúde, os Comitês de Ética. Eles devem ser colegiados multidisciplinares, pois têm como objetivo analisar se o projeto apresentado encontra-se dentro dos padrões bioéticos vigentes. São importantes para garantir o respeito à dignidade humana naquelas pessoas submetidas a uma investigação científica, sem, contudo, criar dificuldades ao desenvolvimento da ciência. O consentimento informado é obrigatório em qualquer intervenção no ser humano, tanto na investigação clínica, como na conduta terapêutica ou na pesquisa científica. Trata-se do conhecimento detalhado do que vai ser praticado, afim de que a pessoa tenha condições de dar sua permissão.
Com o avanço científico e tecnológico, cada vez mais surgem situações em que o profissional deve decidir condutas relacionadas ao paciente. Por vezes são decisões que não existiam outrora, como o prolongamento artificial da vida, a reprodução assistida, as terapêuticas gênicas, entre outras.
E é diante dessas novas e delicadas situações que o profissional recorre, na maioria das vezes, ao Principialismo (Beauchamp e Childess, 1979) e suas quatro prima facie: Beneficência, Não-maleficência, Respeito à Autonomia e Justiça.
Os princípios da Beneficência e da Não-Maleficência andam juntos: fazer o bem e não fazer o mal; este último muitas vezes interpretado apenas no fazer o mal intencionalmente, mas deve-se ter em mente que há ocasiões em que se deseja tanto fazer o bem que os fins não justificam os meios, como por exemplo, no caso de submeter um paciente a tratamentos extremamente dolorosos com o objetivo da cura a todo custo, e que pode não ser garantida.
O princípio da Autonomia leva em conta a capacidade de uma pessoa de decidir, ou de buscar, aquilo que ela julga ser o melhor para si mesma, de acordo com seus valores e convicções; e cabe ao profissional da saúde respeitar essa autonomia do seu paciente, mesmo que essa postura implique no não tratamento que o paciente necessita, por exemplo.
Por fim o princípio da Justiça tem uma abrangência mais social, e se expande apenas do contexto das relações entre o profissional e o paciente, estando mais associado com as relações entre os grupos sociais, preocupando-se com a igualdade na distribuição dos bens e recursos considerados comuns, e na igualdade da oportunidade e do acesso a esses bens.
Os conhecimentos bioéticos, portanto, são indispensáveis à atuação do profissional. Seria muito bom também, que na vida cotidiana a ética e a bioética fossem praticadas de modo espontâneo, pois faria a convivência entre as pessoas ser mais fácil, e a atuação de cada um mais respeitosa com relação ao outro e às instituições sociais.
“Um homem não pode fazer o certo numa área da vida, enquanto está ocupado em fazer o errado em outra. A vida é um todo invisível.” (Mahatma Gandhi).


BIBLIOGRAFIA:

G. José Roberto. Bioética: Origens e Complexidade. Revista HCPA. 2006. Nº 26. P 86-92.

K. Magda Santos, M. Rosani Ramos, C. Elaine. Ética e Bioética: Para dar Início a Reflexão. Contexto Enfermagem 2005. Jan-Mar nº 14. P 106-110.

L. Jussara A. Princípios da Bioética. Temas de Pediatria Nestlé. 2002. Nº 73. P 12-19.

H. Thistram, Engelhardt. The Foundations of Bioethics. 2ª Edição. Nova Iorque. 1996.
R. Nunes Cássia Regina, P. Nunes Amauri. Bioética. Revista Brasil Enfermagem. Brasília – DF. 2004.
B. Vilmar, C. Francisco, G. Ricardo, P. Marcos, S. Hermann. Debate Bioética: Um Ponto de Encontro. Manguinhos. Volume I. 1994.





[1] Estudante do Curso de Ciências Biológicas – UNIP Campus Jundiaí.
[2] Estudante do Curso de Ciências Biológicas – UNIP Campus Jundiaí
[3] Estudante do Curso de Ciências Biológicas – UNIP Campus Jundiaí

domingo, 29 de novembro de 2015

                                         O sentido da vida

Maiza Da Costa Rosa, Ciências Biológicas

Sentada à janela ela olhava o trem que chegava à estação e imaginava o quanto a vida é parecida a este movimento, pois mostra o ir e vir do mundo.
Em um piscar de olhos nasce e morrem pessoas. O tempo passa muito rápido e a correria da vida não permite que se demonstre a entes queridos o quanto os amamos, não se dá o devido valor ao que há de vir, as pessoas passam tão rápido por nosso caminho, que saem sem saber o quanto eram especiais.
Algumas músicas mostram o verdadeiro sentido da vida, em especial, duas com as quais me identifico: É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. (Pais e Filhos, Legião Urbana) e Devia ter amado mais, Ter chorado mais, Ter visto o sol nascer, Devia ter arriscado mais, E até errado mais, Ter feito o que eu queria fazer... (Epitáfio, Titãs)
Há sempre uma frase que marca e faz pensar, que o tempo não apaga quem passa por nós e assim a dor fica marcada.
Nunca deixe para depois o que se pode fazer agora, aproveite a cada segundo como se não existisse o daqui a pouco, esteja presente e ativo para demostrar o verdadeiro amor, por onde esse mundo se perdeu só com raiva e guerras. Não levaremos nada, vamos mostrar a paz aos seres vivos, reviver o que já foi bonito um dia.
Essas viajem de trens fazem-nos pensar que o amanhã pode não chegar e que o agora é a resposta para tudo na vida, sabemos que um dia nos encontraremos em algum lugar, onde não haverá mais dor e guerra.
Estação
Henrique Martins Rodrigues

Sentada à janela, ela olhava o trem que chegava à estação e imaginava... Como sua vida mudaria ao entrar naquele trem, que tinha como destino certo a cidade grande, imaginava como seria a vida de uma jovem recém formada que apostou tudo para seguir a profissão que tanto admirava desde pequena, sabia que sua vida não seria fácil, teria que acostumar-se primeiro com ao ritmo acelerado da grande cidade e deixar de lado o conforto e a tranquilidade do interior, mas tinha em mente que todo o sacrifico valeria a pena no final.

O trem se aproximava dolorosamente devagar, as pernas da garota tremiam num misto de ansiedade, medo e entusiasmo, ela sabia que se partisse com o trem não poderia voltar, seus pais deixaram bem claro na despedida, era uma moça de família conservadora, mas tinha o desejo de ganhar o mundo, sabia que havia algo mais lá fora daquilo que via na televisão, tinha que tomar uma decisão logo pois, já era hora de partir, sua decisão foi tomada, não por ela, mas sim quando aquela única lágrima de esperança caiu sobre seus lábios e ela embarcou sabendo que voltaria para o interior, não mais como a menina que todos olhavam e desacreditavam, mas sim como uma das melhores biólogas que a cidade poderia ter. 

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Pequenas engrenagens.

 Douglas Fernandes de Carvalho
Engenharia Ciclo Básico

               
           Já parou para refletir como são feitas as coisas? Tentou imaginar como seria nossa vida sem as facilidades da atualidade?  Pois bem, é realmente difícil imaginar um futuro sem essas regalias, contudo vivemos em um planeta com recursos finitos ou seja pode acabar.
É cada vez mais comum vermos noticiários nos alertando sobre crises hídricas, aquecimento global, variações da moeda, perceba que são assuntos diferentes, mas estão todos ligados em algum momento por uma rede de ações capitalistas.
            Para cada tonelada de papel virgem são utilizados 560 litros de água e aproximadamente, 12 árvores, sem considerar a logística de transporte, gastos com energia elétrica, que por sua vez, fazem parte de outros sistemas de fabricação cada qual com seus danos específicos ao meio ambiente.
      Todos os dias somos induzidos a consumir itens que não nos fazem bem: cigarros, refrigerantes, fast foods e derivados, álcool entre outros.
Uma nova geração cada vez mais conectada pelas redes sociais, rumo a uma direção em que brincadeiras nas ruas estão cada vez mais raras e o velho bate papo nas pracinhas passa ser luxo para pessoas cada vez mais sem tempo...
O mercado de trabalho está cada vez mais concorrido e a especialização continua se torna uma obrigação para quem quer se manter empregado. Falando em especialização, a mão-de-obra humana é substituída por máquinas e com isso o desemprego aumenta.
            Somos todos pequenas engrenagens que fazem funcionar todo esse sistema, devemos olhar para um futuro visando não ao consumismo, mas sim à qualidade de vida humana e do nosso planeta. Talvez assim nossos filhos e netos não sofram as consequências de uma geração negligente e despreocupada.
     


domingo, 22 de novembro de 2015

EM UM FUTURO PRÓXIMO
Aline Francalaci, Ciências Biológicas

Sentada à janela ela olhada um trem que chegava na estação e imaginava quem eram aquelas pessoas que desembarcavam do vagão: passageiros, viajantes, operários, maquinistas, a maioria das pessoas era de baixa classe à procura de serviço na plantação de cacau da região. Aquilo não era vida, pensou ela.

Mas enquanto aquelas pessoas desciam do trem e seguiam seus destinos, ela olhou para o chão, ao lado da cama, observando suas malas. Logo-logo seria ela quem estaria de partida, ela ansiava por isso, em se libertar, abrir “suas asas e voar”, conhecer novos horizontes, muito além daquelas montanhas que estavam na linha do horizonte.

Conhecer pessoas novas, novos amores, um novo recomeço.


Era isso que ela desejava ao pisar os pés naquela estação e pegar o próximo trem.

sábado, 21 de novembro de 2015

Estação

Bárbara Pinheiro, Ciências Biológicas


            Sentada à janela, ela olhava um trem que chegava à estação e imaginava o que Edward estaria pensando. 
Amy Lee era uma garota apaixonada, tão apaixonada que deixava-se levar por qualquer romance novo, porém esse era diferente. Edward era um rapaz amável, de boa fé e dono de um pensamento construtivo, positivo. Ele adorava pensar no futuro, planejava-o, fazia-o acontecer. Para ele, os sonhos são mais belos dentro das realidades. 
Amy viu tudo o que o rapaz lhe daria e daria ao seu futuro, mas a vida adora complicar as coisas... Edward morava do outro lado do mundo, mas para ela, nada haveria de ser tão impossível. Ambos se desejavam e, muito, estavam cegos de amor. A culpa não era de Amy, nem de Edward, quem imaginaria que uma paixão surgiria a partir de um encontro no casamento de Isabela, irmã de Amy?
             Duas almas, conversas na madrugada pelo celular, noites sem dormir, a paixão chegando sem avisar, a vontade de um beijo sincero. Amy não aguentava mais, de um dia para o outro, decidiu que iria partir, iria viver com Edward, iria pegar quantos trens fossem precisos. Iria entregar-se a uma aventura... 
Entretanto, ela não agia, ainda pensava e imaginava o que ele estaria pensando?

domingo, 1 de novembro de 2015

Pela janela da vida
Jhúlia Lopes. Ciências Sociais

Sentada na minha janela eu vejo o trem chegar. Ele vem mais cheio do que nunca, dele descem pessoas, e cada uma delas leva consigo sua bagagem e com ela a sua história para contar, assim como eu também carrego a minha, e você a sua, seja ela feliz ou triste, sempre temos algo para contar!
Eu não sei classificar a minha história, ela teve seus momentos de tristeza, quando decidi desistir de tudo, mas ao mesmo tempo em que coisas ruins aconteciam, eu recebia coisas maravilhosas, como se de algum jeito me incentivassem a não desistir.
Eu sou médica, e por passar muito tempo em hospitais, acabo aprendendo todos os dias com meus pacientes e colegas de trabalho. Tenho situações difíceis no trabalho, como por exemplo, decidir em poucos segundos o que fazer com um paciente em estado grave, e as consequências disso pode levá-lo a óbito. É claro que também tem o lado bom disso, é extremamente gratificante poder salvar vidas e ajudar quem mais necessita.
Em um dia cheio na emergência, no qual o caos tomava conta do lugar, logo após uma balsa naufragar, eu tinha que fazer o meu trabalho corretamente e o mais rápido que conseguisse, já que a cada minuto que passava a nossa unidade de trauma ficava mais cheia. E é lá, em meio a confusão que mais uma vez reflito: Qual é a história de todos os que passam por aqui? Eu vejo o desempenho dos meus colegas ao tratar cada paciente, que por sua vez está desesperado, procurando por seus filhos, cônjuges ou pais, e não se dão conta de seu estado, por mais crítico que possa vir a ser.

Com esse pensamento eu me desligo de tudo que está ao meu redor e prometo a mim mesma que, independente de quem for, e seja lá qual for sua bagagem de vida, ela merece o melhor, e tenho a certeza de que assim como eu, ela pode ter e, com certeza terá, momentos difíceis, mas logo será possível ver e aproveitar as coisas boas que acontecerão. 
A passageira de mudança. 


Giovanna Moraes de Lima, Ciências Biológicas


Sentada na minha janela observo o trem chegar. Nele vem alguém que espero já tem um tempo. Ocupando o banco 34, do terceiro vagão, vem uma passageira que promete mudar o futuro de todo nosso planeta, mas antes preciso acertar alguns detalhes com ela, afinal a caminhada é longa e as tarefas não são fáceis. 
Para começar vou apresentá-la. Chama-se Paz. Ela vem para transformar muita coisa errada que está acontecendo neste pequeno ponto da galáxia chamado planeta Terra.  Aqui, na Terra, há muita discórdia, miséria, egoísmo, disputa... Mas isso só existe na raça humana.
 Os humanos não se respeitam e não pensam no outro como se fossem iguais, sempre se acham superiores. Não generalizo, mas atribuo à maioria. São poucos os que pensam numa mudança para melhor, e são com esses poucos que vamos nos juntar. Não sabemos nem por onde começar, mas nossos planos têm que entrar em ação o mais rápido possível!
Precisamos acabar com a miséria de valores, mas antes dela, a miséria da alma. Precisamos conscientizar as pessoas que elas não são as únicas no mundo para terem tudo para si mesmas e que não vão chegar a lugar algum se não pensarem no próximo. Todos precisamos uns dos outros, afinal se uma pessoa, por mais rica que seja, não tiver alguém que recolha o lixo, ou que limpe a casa, ou qualquer outra coisa que ela não possa fazer (claro, por causa do status!), ela estaria vivendo no meio de muitos insetos, restos e lixo.
O problema está em reconhecer. Não é por que você tem o emprego que melhor paga que você é mais importante que alguém. Se cada pessoa abastada de dinheiro pudesse colaborar com alguém que mal sabe o que é isso, já seria um pedaço do caminho andado.
Depois, precisamos acabar com a discriminação racial, afinal, quem foi que disse que a cor de uma raça determina o seu poder, força, ou qualquer coisa do tipo? É, ninguém.
E se pudéssemos nos juntar e formar algo bem maior do que podemos imaginar? Uma corrente do bem, em prol daqueles ali do terceiro parágrafo. Mostrar a eles que somos iguais. Nem superiores, nem inferiores.
Agora, vamos parar pra pensar. O bicho homem é o pior de todos. Ele caminha rumo à própria destruição. Que outra espécie animal no mundo precisa matar por prazer ou vingança ou inveja as coisas alheias? Os animais matam para sobreviver, para procriar, para alimentar a prole e dar continuidade a vida.
 O ser humano não, ele mata para não precisar ver que o outro está sendo feliz e ele não, mata para extinguir a própria espécie. Não tem coisa pior do que imaginar isso. 


Então vamos usar a corrente do bem mais uma vez e mostrar a esses coitados que não é assim que se vive e que a nossa grama pode ser tão verde quanto a do vizinho. Basta ter um pouquinho de boa vontade e ajudar. Se hoje eu ofereço ajuda, amanhã eu posso precisar e receber também. Se há colaboração, há evolução. Agora que a minha amiga Paz já sabe o meu pedido, ela vai começar a agir e eu, é claro, vou ajudá-la. Mas ainda faltam os pedidos de algumas pessoas do bem que ainda restaram por aqui. Será que você tem algo a pedir?
IMAGINAÇÕES

Aline Francisca Moreira dos Santos, Ciências Biológicas

Sentada à janela ela olhava um trem que chegava à estação e imaginava como seria interessante se ele voasse igual nos contos infantis. Seria mágico! Os comissários de bordo seriam os 7 anões, a Branca de Neve seria o maquinista e a bruxa a comandante.

Os passageiros teriam uma viagem incrível, e apreciariam um serviço completo e de qualidade, porém não seriam avisados que a bruxa era a comandante para não causar espanto. Ao final da viagem receberiam uma maçã como recordação, quase todas seriam de argila, apenas uma seria uma fruta de verdade, e quem a pegasse e comesse teria a vida eterna.


Ela então despertou de sua imaginação, e pensou em como seu coração é bom, pois não imaginaria uma bruxa má que daria uma maçã envenenada para a morte de uma pessoa, mas sim uma maçã que daria a vida eterna.

PASSAGEIROS

Letícia Suigh Carlos Duarte, Ciências Biológicas

Sentada na minha janela eu vejo o trem chegar, e dele, os passageiros desembarcarem, cada um com suas vidas, seus motivos, seus itinerários, suas preocupações, seus anseios, seus trabalhos, seus problemas, suas famílias. Como será a vida de cada um ali?
Deixo minha imaginação solta vagar longe, criando uma vida só na minha mente para aqueles passageiros. O Casal, à direita, do primeiro vagão, visivelmente recém casados, apaixonados, só têm olhos um para o outro, podem estar em lua de mel, felizes pelo fato de que, agora, viverão juntos para o resto de suas vidas, de todas as vidas, para sempre. Querem aproveitar ao máximo cada minuto ao lado do parceiro, não somente na lua de mel, mas em todos os lugares. Sem pressa e irradiando felicidade, seguem seu caminho.
O Homem, elegante, de terno, saindo do terceiro vagão, pode estar em uma viagem a trabalho, vindo para uma reunião de negócios, traz consigo apenas uma pasta na mão, assim, deduzo que não ficará por mais de um dia. Parece meio perdido, atrasado, já que a todo momento consulta o relógio, pede informações mas não sabe para onde ir. Sua expressão demonstra seriedade, até irritação posso perceber em sua testa franzida. Logo, ainda aflito, toma seu rumo.
Do último salta uma mulher e uma criança, pelas roupas e pouca bagagem, parecem ser muitos humildes. A mãe vem atrás de uma vida melhor, uma oportunidade digna de emprego, para sustentar sua filha. A Menina aparenta ter uns seis anos, miúda que só, necessita de boa alimentação para sanar a desnutrição que invade seu pequeno corpo. Entristece-me olhar as duas, tenho vontade de ajudá-las, de alguma maneira. Oferecer-lhes um abrigo para passarem a noite, boa comida, e um banho, para se prepararem para os desafios que ainda virão.

E é com esta vontade, que obrigo minhas mãos a pararem de escrever este texto, para que, enfim, possa ir até as duas, sanar minha vontade, mesmo que não aceitem, ou que a história delas não seja nada do que imaginei, podem estar apenas visitando familiares, quem sou eu para deduzir ou saber a história delas? De todos ali? Só sou curiosa e corajosa o suficiente para dar assas à minha imaginação, que atrevida, se aventura na vida daqueles passageiros.
A espera do meu amor

Patrícia Norbiatto, Ciências Biológicas

         Sentada na minha janela eu vejo o trem chegar, então me lembrei do dia que marcou a minha vida para sempre.
O trem havia parado na primeira estação e desci correndo pela pequena estrada de terra em meio ao jardim de minha casa para aguardar a chegada tão esperada do meu amor.
         Fiquei um bom tempo na porta do vagão, até o último passageiro descer, meus olhos se encheram de lágrimas ao ver que a pessoa que aguardei por tantos e tantos anos não havia descido mais uma vez. A dor no peito era tão forte que ali mesmo sentei e observei a partida do trem, até que ele sumisse pelas altas montanhas verdes e cobertas de neblina. Então subi correndo para minha casa e depois de tanto refletir, arrumei as malas, fechei a porta e as janelas da pequenina casa onde morei a vida toda e fui para a estação.
        Depois de tanta decepção, de ficar esperando a chegada de alguém que jamais retornava, a decisão de partir à procura de uma vida nova já havia tomado conta da minha mente.
Era noite, já podia ouvir o barulho do trem se aproximando. Com a parada do trem, juntei minhas malas e fui embarcar. Mas, de repente, surgiu uma voz distante e ao mesmo tempo conhecida, em meio a várias pessoas, dizendo "Meu amor, espera, estou aqui". Olhei rapidamente para trás e avistei aquela pessoa que esperei por tanto tempo jogando suas malas no chão e correndo em minha direção. Minhas pernas ficaram bambas, senti um nó na garganta e borboletas no estômago, ao sentir aquele abraço apertado e aquele beijo.
       Foi naquele momento, em seus braços, que pude me sentir segura, pude ver que mesmo depois de anos e anos o nosso amor permanecia tão forte quanto no primeiro dia.

Então ficamos juntos de janeiro a janeiro, e sua partida não aconteceu nunca mais.
"ESTOU ESPERANDO O TREM "

Beatriz Neves, Engenharia Básico, Matutino

Estou esperando o trem, porém é uma experiência nova pra mim pois será a primeira vez que andarei de trem.  Assustada, ansiosa, curiosa, assim estou neste momento de novidade. 
E lá vou! Chegou o trem! 
Ao entrar vi que é um tremendo corre, corre. Todos loucos por um assento... Comecei a rir. Foi a reação que tive.
O trem foi passando por várias estações, eu tinha uma estação como referência para eu descer,  e ao ouvir uma voz dizendo Estação Brás, tive muito medo de que o trem andasse ou fechasse, antes de eu conseguir sair e ficasse presa no vagão, mas naquela muvuca consegui sair, fui acompanhando o fluxo,  feliz da vida conhecer o tão famoso Brás. 
Estação


Larissa Nathália Silva de Campos, Ciências Biológicas


Sentada à janela ela olhava um trem que chegava na estação e imaginava a história de cada viajante que desembarcava. Ela presenciava o reencontro dos pais com sua família, casais apaixonados que não se viam há meses compartilhando aquele abraço apertado, o rosto cansado dos trabalhadores após um árduo dia de trabalho. Ela imaginava para onde iriam, e o que fariam a seguir.
A mulher olhava para a estação de trem todos os dias, nos dias chuvosos quando as pessoas desciam correndo os degraus, nos dias ensolarados quando os entes queridos marcavam presença, e ela lembrava. Ela lembrava de um passado feliz, ela lembrava da sensação de ser amada, de sorrir, de chorar de tanto rir, lembrava dos dias em que esperava por alguém na estação de trem.
Ela pensava se sua vida seria diferente se a guerra nunca tivesse acontecido, se o seu maior pesadelo não se tornasse real. Ela pensava se seria semelhante ao dos viajantes ao desembarcar e sorrir.
Ela imaginava.
Ela pensava.
Ela lembrava.
Ela olhava para a estação de trem todos os dias esperando por alguém que nunca voltaria.
Viagem

Wesley Marcos da Silva, Ciências Biológicas

Sentada à janela ela olhava um trem que chegava à estação e imaginava, quantas vidas, histórias há neste trem, este trem já carregou tanta gente, por ele passaram poetas, músicos, jovens apaixonados, crianças e velhos.
         Todas desembarcavam e embarcavam em suas estações, no fundo se o trem pensasse e pudesse falar diria: “Não há diferenças aqui, todos são iguais, jovens, velhos, ricos ou pobres são apenas viajantes, passageiros dos meus vagões”.
         Assim ela imaginava: E a vida? Poderia compará-la com o trem, passa rápido e vai levando quem amamos para cada estação, uns permanecem conosco nele, outros vão para bem longe, ainda no fim há a estação da qual ninguém nunca voltou e essa todos temem, a estação da morte, com passagem só de ida, essa ninguém escolhe a hora de ir, simplesmente vai, não há choro que faça o trem voltar; torna igual as plantas, insetos, animais e nós, humanos.
         Após ver o trem passar e ir embora rapidamente notou o quanto tudo era efêmero, inclusive ela, hoje tenho vinte anos e como o tempo passou! Pensou. Rápido como ele. Parece que dei os meus primeiros passos ontem, aprendi a comer sozinha e minha mãe feliz me olhou orgulhosa, subia nas árvores e era feliz por chegar em casa e ser recebida com abraços, tirei a primeira nota dez na escola e beijei meu primeiro namorado.

         Agora tenho vinte anos e o que sou ou serei daqui a alguns anos? Serei memória? Passado? Afinal eu sou construída de memórias, serei apenas memória na mente de alguém, que também será memória um dia, como um lindo dia de primavera que passa sem ser percebido; pois assim é a vida uma bela e rápida viagem de trem.